sexta-feira, 29 de agosto de 2008

{([des]³pedaços)²}¹

As paredes ainda me incomodam com a falta de cores e o ar gélido que exalam.
Ando redecorando umas poucas cenas e rindo da minha constante mudança de humor, enquanto
minha aflição, nem um pouco simpática, brinca comigo criando suposições.
Imaginação pobre.
Suja, como eu.
Suja.
Só isso.

Uma imagem é meu repouso.
Sigo a linha negra que é feita todos os dias no contorno de seus olhos...e depois é apagada
volta a ser originalmente doce e me vem na mente como as melodias que sonho alcançar.

Aplausos não surtem efeito.

E se for um jogo novo, por favor, livre-me, deixe-me ir.
Eu não sei brincar dessas coisas. Desconheço esses brinquedos.
Meu coração está aleijado.

Vivo de meus absurdos - destino favorito.

Ignoro tudo quando desenho pela milionesima vez, a mesma imagem em cada milimetro da palma de minha mão.
E aqui (exatamente agora) nas linhas que escrevo, não há mais tanta distancia entre céu e chão.
Os pensamentos desconhecem a Lei da Gravidade.

Imagino sua presença nas minhas madrugadas, mas aí, bichinho invejoso que é a realidade, insiste em me mostrar como isso aqui é frio.

Rasbiscos tolices enquanto espero.
E não sei se as pontas dos meus dedos estão queimando ou se o que me incomoda mesmo é a falta de ruídos.

Ajeito tudo muito rápido e encontro, despretenciosamente, o que falar.

Penso então, nas drogas que eu não usei e nas que ando escrevendo.
Penso nos cortes que fiz em algum corpo, meu.
Prefiro lembrar agora do que eu não disse, e lembrar de uma voz qualquer me pedindo pra parar de balançar as pernas.
Isso não é ansiedade.


Por:Livia Queiroz


quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Pétala por Pétala

“...Mas que bobagem, as rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam...” (Cartola)


Existem coisas que eu gostaria de não escrever, mas elas rodopiam minha mente. Evito-as enquanto posso porque elas saem de maneira dolorosa, como que a rasgar os meus poros.


Hoje quero falar de algumas flores, e elas são tantas...
São rosas... Margaridas... Camélias...
Todas lindas, todas únicas, vivas, perfeitas.
Quero falar das flores machucadas, feridas.
As rosas despedaçadas pelos cravos truculentos.
As que são esmagadas todos os dias nas mãos dos homens-bichos.
Preciso falar de toda a dor que eles causam por puro prazer.


Quando tudo começa com um simples tapinha e depois arrancam pétala por pétala, num joguinho maldoso e cruel de “mal-me-quer-bem-me-quer”.
Falo disso como se sentisse esse medo...
Falo sentindo a mesma dor e indignação que o silêncio causa na alma.
Com os pensamentos doídos perfurando o cérebro.


Porque pra ser “homem” tem que maltratar... Humilhar... Ferir?
Porque eles confundem os corações com seus pênis duros?
Como podem matar aos poucos as flores que [es]colheram para amar, “na alegria e na tristeza; na saúde e na doença, por todos os dias de sua vida”.
Porque causam tanta D-O-R?


Não sei exatamente os motivos que levam alguém a agir assim, e prefiro também nem entender.


E porque as flores não gritam?
Porque elas se deixam apodrecer nas mãos assassinas que roubam-lhe a alma pouco à pouco?
Porque elas suportam tanto?
E COMO suportam tanto?


Eu quero algo diferente.
Quero notícias diferentes nos jornais. Coisas boas.
Minha pouca existência recusa-se a acreditar que essas flores reduzem-se a migalhas de nada.


E porque ninguém As escuta?
Porque ninguém olha pras flores jogadas abismo abaixo?
Eu queria uma razão... Só uma...
Uma explicação P-L-A-U-S-Í-V-E-L! (se é que possa existir)

Alguém aí pode me dizer porque estão acabando com as flores dos jardins do mundo?


Lei número 11.340 decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva em 7 de agosto de 2006, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.”

As flores precisam Gritaaaaaar!

Por: Livia Queiroz

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O Caso Da Banana


Faz tempo que não vejo alguns amigos...
De repente algum deles resolve dar o ar da graça...
Logo quem apareceu hoje: Gleison, o saxofonista mais sacana que eu conheço...
É bem verdade que sou sacana também, mas ele supera nós dois ao mesmo tempo. Tudo bem esse não é o assunto em questão, volto outro dia pra falar disso.
Conversávamos a respeito de "nada e outras coisas" (como quase sempre), aí lembrei-me que tinha que ir no mercadinho comprar pão e banana (e que ninguém ouse a me perguntar porque comprei BANANA, senão eu respondo).
Pedi o pão e peguei a penca de banana.
Como não queria as "treze" bananas, pedi pra que a moça -nem tão moça assim- cortasse ao meio(também não me perguntem porque eu não queria as trezes bananas, acho que é porque treze dá azar).
Corria tudo bem até que a mini-mente zipada de Gleison pôs-se a funcionar e fazer contas que ele havia aprendido
obviamente na sexta série:
- Ô Livia...
- Oi.
- Ali tem treze bananas né?
-Sei não, não contei.
- Mas tem, pow (cara de preocupação).Como é que a moça vai cortar a penca na metade?
- Com a faca.
- Mas como é que você vai comprar seis bananas e meia?(Caralhoooooooo ele sabe mesmo que metade de treze é seis e meio)
- ... - eu não acreditei que aquela pergunta era real.
Tive que rir...
Pra completar na saída começou a chover, e ele fez mais um comentariozinho daqueles, ele tava realmente inspirado:
- Ah, a gente vai correndo, pobre adora correr na chuva. (que mente brilhante!)

Meu Deus, tenho mesmo que reavaliar minhas amizades...
Ô povinho sem cultuuuura!!!


P.S.: Assunto em discussão: "PENCA É UMA COISA E CACHO EH AQUELE 'UM BOCADO' NÉ?"


(por: Livia Queiroz
Dedicado à: Gleison Coelho, meu Nagô Boy 1.8 hehe, só eu tenho nessa versão)

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Facas Afiadas

"Pondo pra Fora um lado nonsense (como diria minha coleguinha, Liana)!
E viva à Subjetividadeeeee, rsrs...
Ontem, eu e Lili, falamos à respeito disso e resolvi hoje postar esse mini-texto-poema-coisa-e-tal e etc...

'Amigos leitores que me perdoem, hoje o cansaço mental me pegou de jeito e não estou falando(nem e s c r e v e n d o) coisa com coisa... Mas vamos ao post mesmo que é o que interessaaaaaa!'"



"Estão brincando com facas afiadas e não se dão conta
que enquanto retocam a maquiagem os carros passam lá fora.

Estão ainda caçando as peças do quebra-cabeça,

como se fossem feitos para isso.


E o açúcar ainda é tido como doce
Mas na verdade nem é açúcar o que há em seus lábios.

São cacos de vidro cortando o batom vermelho.


'Finjam que são felizes.'

É a proposta mais recente.


'Gritem', 'cantem', 'riam', 'falem alto',

'façam-se perceber'...

Isso é o que é vendido na esquina.


Qualquer coisa ofusca um brilho intenso

Reduziram-se a peças nulas partidas ao meio.


De tempos em tempos substituídas
Até um grito interromper o ciclo."


Foi isso que quis dizer...
Embora possa parecer que não faça sentido.
Um dia as palavras que não entendemos, se misturam às nossas vidas.

E mais uma vez: EU SEI EXATAMENTE O QUE QUERO DIZER!


(Por: Livia Queiroz)

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Forma própria

Eu fiz uma promessa:
Nunca deixaria minha imagem distorcida
mesmo que todos os espelhos fossem extintos.

À cada dia que passa me convenço mais que
essa imagem não é exatamente aquilo que eu esperava que fosse,
(pelo menos tinha vida própria há alguns anos atrás e meu conceito de
felicidade era mais plausível)
Quando li as cartas que escrevi, tive a certeza de que ESSA não sou eu...
E que embora tenha feito parte de mim, ja joguei fora há muito tempo
os sonhos de uma vida de "porta-retratos".

As idéias estúpidas vêm concordar comigo sempre!
Aprendi numa época qualquer que: "Tudo é muito importante"
(e nem são tão importantes assim as coisas que faço...)

Tudo corre bem em seu ritmo "tic-tac" enquanto os mais radicais falam em sair da rotina, comer apenas o que é verde, escutar sons da natureza, não vestir peles...
e Outros fodem o resto do ozônio e mal sabem quanto tempo leva uma latinha de cerveja pra se decompor

Basicamente isso: Uns ferram com tudo e outros tentam concertar.

Mas não era isso que eu queria dizer...
ultimamente as palavras que tenho posto no papel
têm tomado forma própria, e acabo desejando uma coisa e escrevendo outra.
Com o passar de todos os tempos toda essa pouca filosofia de vida morre também
e assim morrem os poetas, os amantes e os amores. Até que outros renasçam.

E os espelhos, esses sim, são o meu carma, que embora nunca me digam nada,
incomodam-me com seu silêncio.

Entre as palavras secas e úmidas que costumo usar dia após dia
vou deixando uns rastros na esperança de ser encontrada...
Sem distorções!


(Por: Livia Queiroz)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

PoÇo LouCo

NÃO ERA BEM ISSO QUE EU QUERIA TER ESCRITO, MAS FOI O QUE "VEIO". É SINCERO... VERDADEIRO.

Lembro da primeira vez que te vi
L-i-n-d-a. Distraída.
Fixei meus olhos em você
Acompanhei seus passos
Mal sabia eu que você também tinha me visto
Como poderíamos imaginar que nossos caminhos se uniriam dessa forma?
E nossos passos se juntariam desse jeito?

Aos poucos foi diminuindo a distância entre nós.
Você foi dilacerando meus escudos
Me invadindo, de propósito
E eu gostando...
Deixando acontecer.
Tentando resistir cada vez menos
Querendo ter você cada vez mais.
E sem que percebessemos nossos corpos estavam grudados
*E como custou pra se separarem!*

Quanta doçura posso provar em seus olhos!
Quanto calor posso sentir em suas mãos!
Quanta saudade eu sinto enquanto o tempo não passa...
Saudade é poço louco, que afunda em si mesmo
Saudade é qualquer coisa
E também é tudo junto
É quando você demora de vir
É quando você demora a ligar
Saudade é cão sem dono
Fera solta intragável
Saudade também é doce
É a suave espera por seu sorriso
Por seus passos tímidos

Tento pensar em coisas mais óbvias
Mas em minha mente só vêm as suas abstrações
Tento ouvir outras músicas
Mas em meus ouvidos, só quero a sua voz
Que sussurra "aquelas coisas" que eu adoro

Fazer o que agora
Se não consigo desgrudar meus pensamentos
De seu sorriso?
Fazer o que agora
Se ja percebi que sem você
As palavras não me vêm?

Fazer o que agora?

(Por:Livia Queiroz)

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Ab aeterno

Hoje simplesmente estou cansada. Enjoada. Cheia de tudo.
Estou terrivelmente sem saco pra ouvir as coisas que andam dizendo o tempo inteiro por aí...( e as pessoas falam muita coisa, não param nunca!)
Olho qualquer um na rua e vejo só um ser humano. E Pronto!
Sem rótulos... Sem padronização...

Em meio a tanta putaria disfarçada, falsos moralistas criticam o amor como se fosse um vírus mortal. E como se a praga não fosse mesmo a promiscuidade vendida a preço de banana nos comercias da "caixinha hipnótica"...

Ontem olhando o mar sob um céu incrivelmente iluminado pelo brilho das estrelas e sem Lua Cheia (era Lua Nova), ao lado de três amigos (perfeitamente) embriagados, conheci uma nova parte dos deuses.
Seja lá quem for que tenha criado tudo aquilo, sejá lá quem for que tenha feito de meu dia- que tinha tudo pra ser desastroso- um dia inexplicavelmente fascinante.

À minha frente, o mar...
Ao lado, conversas meio soltas, e sorrisos satisfeitos...
Acima um céu pronto para ser eu...
E dentro de minha cabeça muita coisa misturada. Oscilando entre o "se" e o "então"... E um sorriso que me vinha na mente todas as vezes que eu fechava os olhos, ou os abria... Flashes da noite anterior vinham me tirar o sossego de maneira muito agradável.

Enfim, saí um pouco do caos, e do barulho que me rodeia, e desejei muito largar tudo. Fazer de novo, depois enjoar, e fazer mais uma vez de maneira diferente...
Ser um pouco mais humana de vez em quando(sentir certas dores e gritar por elas), e me permitir ser o que preciso e o que mereço, de "mãos dadas" ou não.


P.S.: Semana que vem tem maaaaaaaais