domingo, 15 de novembro de 2009

Lenta

Ah, vida minha!
Corre ligeiro. Por que corres assim?
Mais dia é menos dia, vida minha!
Trago na palma da mão as cores que sublinho:

A cor morna dos seus olhos;
A cor do nosso encontro e a dos nossos lençóis;
O fosco dos paralamas e pára choques e pára brisas e pára raios,
mas não repara, não,
minha escrita pobre e confusa;

Há ainda o azul marinho da noite que tem mais e mesmo a cor de quando voce não está;
Eu te rabisco o Soneto de Fidelidade no meu papel de rascunho e jogo debaixo de sua porta.
Queimo-me de você a cada hora, a cada olhar em carne viva.
Minha carne.Viva.
Ardo.
Pronuncio seu nome bem baixinho,
de forma quase rouca
por conta desse seu cheiro
que me atrasa o ritmo.



(Por: Livia Queiroz)