terça-feira, 13 de setembro de 2011

Epílogo nº 05

E a agonia era tão exacerbada dentro de mim, que ficou turva a minha noção de razão.
Cometi exageros e saí trincando nos calcanhares.
Eu era ali, minha outra parte, a que acabara de ser reorientada.
Cortei nós pelas pontas, começando de baixo pra cima, e o rasgar do peito alterava todo o ritmo do "sentir".
Eu era só um estado presente ampliado com lente de aumento para ser visto de dentro antes da "limpeza".
Acabou.
Estava tudo ali: cartas todas na mesa, uso e desuso das mesmas.
Tirei o pó dos pés. Pus mochila nas costas e fui embora de vez.
Sem risco, olhei pra trás, só para reafirmar o que eu ja sabia: Não me faria falta.
Eu não sei lidar com dor.
E o que eu sintia ali era a dor pela dor, como um amontoado de espinhos fazendo sufocar o tempo.
Passou.
Apanhei a mochila enchi de liberdade; recolhi meu amor na intenção de amansá-lo e burilá-lo; amassei as partes defeituosas; ergui os ombros e o estado de espírito.
Não há santo que me mude o rumo!


(Por: Livia Queiroz)