domingo, 26 de maio de 2013

Bosqueado

- gosto de encantos
e das palavras de sua boca
e sua boca me encanta
e eu amo estar nela.

- tenho fascínio por seu batom
vermelho-não-usado
e que me mancha em
pensamento.

- sou louca por seus sonhos
gosto de decorá-los
e a sua seda combina
com minhas cortinas.

- tenho loucura por janelas
principalmente as
bosqueadas
onde cantam os pássaros
enquanto você colhe os meus lírios.

- adoro a claridade
o céu com estrela
o céu de sua boca
a cor de suas mãos
as suas mãos em minha carne.


- gosto do “estar singela”
do estado leve das coisas
da poesia sem peso
de você em meu seio.

Por: LiviaQueiroz

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Desarmários


Dia 17 de maio: Dia Internacional Contra a Homofobia!


A gente se acostuma e até releva os adjetivos errôneos, porque quem tem boca fala o que quer mesmo que fale asneiras e proclame as insanidades mais deslavadas...            
A gente aceita - e até ri de canto de boca - ter um pejorativo errado “o sapatona” (quando o correto seria sapatão).    
A gente até se acostuma com piada de “viado”, e ri junto se for engraçada, e até aprende pra contar aos nossos amigos do babado depois. A gente só não ri do que fere nossa inteligência...
O que a gente não dá conta de aceitar é ver nosso desejo jogado no lixo, é ver reacender fogueiras onde as corjas ditas “santas” queimarão nosso sexo como se fosse papel em desuso.
O que a gente não precisa entender é o motivo pelo qual se preocupam com o conteúdo das paredes de nossos quartos, com nossas mesas de bar, com o que há por trás de nossas mãos dadas e nosso riso de gente.             
O que queremos dizer com tanta luta, com tantos discursos, com tanta voz alta é que em pleno século XXI nenhuma raça, nenhum clã, nenhuma classe – ou como prefiram chamar – deveria mais precisar levantar bandeiras (pois elas já estão todas hasteadas), o ideal seria apenas não tentar rasgá-las.
A nossa luta é por uma bandeira inteira, intacta, sem remendos. E quando falamos em bandeira, não falamos de pano em mastro, falamos da noção exata de respeito, com todos os caracteres inclusos, com todas as formas, tons, e sons possíveis. Não queremos ter que cansar a voz, nem as pernas e os braços em protestos desnecessários. Queremos o direito diário de levantar todos os dias com a certeza de que estamos em paz e também cantaremos loas. Queremos desarmar nossos armários. 


Por: Livia Queiroz

05 Anos Mudando de Assunto (resultado do Sorteio)






Mudando de Assunto - A História O Blá blá blá
O Mudando de Assunto foi criado meio que por curiosidade... Lembro-me que não entendia bem como era a “blogsfera”, mas que havia algo de interessante por aprender. E assim, no dia 17/05/2008 surgiu o Assuntos de Menina que mais tarde viria a se tornar o M.A., mudança essa que ocorreu de forma muito natural e que acompanhou um processo de transição meu e dos escritos, obviamente.
Minha história com os escritos começou há cerca de 10 anos atrás, quando numa aula de Língua Portuguesa, a professora Ligia Burgos nos apresentou a proposta de escrever uma poesia sobre o Dia Internacional da Mulher, e então, algo mudou em mim. Já sentia a influência do poder da palavra sobre mim... O poema era muito ruim – diga-se de passagem – mas foi a porta, foi a válvula, e desde então namoro a palavra, só não sei se ela já me namora também.

O Aniversário
Confesso não ser disciplinada com os escritos. Escrevo quando eles me querem, escrevo pra pensar, pra não sufocar, pra gritar sem gastar som... E assim as coisas fluem, ou não... Mas a intenção, a palavra posta à tela, isso existe, tal qual sua força de luta, de paz, de segregação, de fé...
O aniversário do Mudando de Assunto representa para mim mais que uma simples celebração de um meio virtual, mas um sutil desenrolar de pequenos fatos diários que se prolongou durante cinco anos: alguns amores, algumas dores, algumas revoltas, percepções de mundo, percepções da noção de palavra e da vastidão das suas perspectivas, o arrastar das correntes, o corroer dessas correntes, a paz necessária pra vida, e tudo o mais que ainda virá...
Representa ainda o construir e firmar laços com pessoas que sequer tive a oportunidade de saber como é o brilho dos olhos... Gente que há cinco anos Muda de Assunto junto comigo. E que durante tanto tempo me auxilia pela vida, pelos rumos...

O Sorteio.
Sem mais "delongas" (rsrs)

Sorteio realizado hoje (17/05) às 09:30h.
A ganhadora do Sorteio foi Lorena Silva do blog Lugar de Leveza que há anos nos agracia com tanta poesia linda. 
Parabéns Loreníssima...
Fico no aguardo de seu endereço para o envio do seu prêmio.

Obrigada ao pessoal que participou da promoção, obrigada pelas Indiretas maravilhosas. Adorei todas, todas... Obrigada por  fazerem parte desse mundo meu...


domingo, 5 de maio de 2013

Promoção de Aniversário

Muito simples de participar...

É só  criar uma Indireta Criativa, para o blog, ou para alguma poesia que leu e postar no espaço de comentários!

Atenção, a indireta tem que começar com: GENTE QUE...

E pronto! Já tá participando do sorteio e concorrendo a um livro.


Promoção válida até o dia 17/05/2013, dia em que ocorrerá o sorteio.



QUEM TIVER PROBLEMAS PARA COMENTAR POR AQUI, PODE ENVIAR POR EMAIL COM O ASSUNTO: PROMOÇÃO M.A.

Email: LQ.21@HOTMAIL.COM

Mês de aniversário do M.A.

Putzzz 05 anos já! E parece que foi ontem...
To aqui, bobona, orgulhosa, feliz da vida, e contando os dias para que chegue o dia 17/05...

Vai rolar promoção hein? Fiquem ligadinhos...


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Localização

Dentro do poço
Havia um mar
Dentro do mar
Havia um moço
Dentro do moço
Faltava ar
Dentro do ar
Faltava esboço.

Havia um esboço
Dentro do esboço
Faltava a cor
Dentro da cor
Havia a mágoa
Dentro da mágoa
Havia o moço
Dentro do moço
Faltava o pedaço.

Existia um pedaço
Dentro dele recordação
Dentro dela combustação
Dentro dela mumificação
Dentro dela havia um moço.

Havia um moço
Dentro dele morava um poço
Dentro do poço
Uma poça de mar
Dentro da poça
Havia um frescor
E a-fogado o moço morria.

Havia o fogo
E dentro dele uma fresta acendia
E dentro dela crepitava umas palavras
E dentro delas um poema pedia.

Havia um poema
E dentro dele um suspiro surgia
E pedindo licença
Seguia tímido
Um moço que sorria.

Por: Livia Queiroz