quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Epílogo nº 07

Se ela pudesse extrairia gota à gota as lembranças ruins... Mas não era assim tão fácil! Tudo lhe martelava mente à dentro o quão magoada ainda estava, e o quão doloroso haveria de ser o caminho.

Era tarde, não havia no céu uma estrela sequer. Parecia que todas estavam a semear uma espécie sutil de luto. Fechou os olhos e no contorno de seu rosto, uma lágrima espremida brincou de ser dor em forma líquida.

“As pessoas amam demais o que perdem e não entendem que,muitas vezes, é preciso forrar novamente a cama, recosturar os farrapos, limpar a mobília”, era o que pensava e isso lhe arrancava um nevoeiro de sonhos desmanchados. E de olhos ainda fechados, encerrou sua noite, pedindo para que o luto das estrelas acabasse o quanto antes...



(Por: Livia Queiroz)