quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

D(efeito)


Não revelo os teus segredos e nem o teu sumo doce e uno.

Soletro o nome baixinho e aguardo uma resposta, penso no que escrever, no que dizer para convencer-te a proferir a palavra mágica e quebrar o encanto.

O chão continua sujo, mas voltei à minha serenidade, pois, redescobri que tudo continua acontecendo:

As pessoas andam esgotadas

Os rostos cospem suor e cansaço

Os olhos digerem misérias e medo.


Porque me cansar tanto, se no fim das contas você não me surtiu efeito?


Eu ando só, mas não acompanho a solidão...

Tenho uns amigos poucos; umas taças e uma garrafa de vinho; um violão e uma boca que me sacia a sede e sacia-se também.

Ligeiramente.

Acostumei-me. Habituei-me.

Escapo do caos sempre que posso, corro pro vento e confio meu corpo a mim mesma, sirvo-me apenas de uma leve faísca de tudo que não me permiti.

Estou satisfeita e à vontade.

Uso. Desuso. Resisto. Insisto. Proíbo. Permito.

Olho pros dois lados, atravesso e a festa começa... Tin tin



(Por: Livia Queiroz)