domingo, 7 de setembro de 2008

Sem título

Creio que durante alguns dias(ou algum tempo, ainda não sei) esse blog vai ficar meio amargo, mas acredito também que logo logo virá o sabor adocicado.


É que ainda é tudo muito recente pra mim. Minhas mãos tremem por nada...calafrios...estou me acostumando.

Voltei à vida de antes... não é tão ruim assim, loucura minha acreditar que poderia ser facil. Venho tombando em mim mesma (isso não é complicado, acontece).
Recolho uns sentimentos menos utilizados nesse momento, mas ainda assim
quero desgastá-los. Quero acabar com eles até a última gota, até que sobre Nada.

Aí antes de dormir, ao invés de fazer uns planos loucos, tomo um Amitril, ponhos os fones no ouvido olho pra cima(meu Deus! há quanto tempo eu não rezo?I) e adormeço rápido sem prestar muita atenção na música que me "ninou".

É as coisas vão voltanto mesmo ao normal. Cada dia é um a menos. Cada dia é um a mais.

Umas antigas histórias vieram me "perseguir", isso também não foi ruim. Ri, relembrei, reencontrei pessoas. Mas isso...

O ruim é ter certeza que as coisas mudaram, de maneira inesperada...
É ter que reconstruir pedaço por pedaço.
E as músicas? E os cheiros? Os lugares? As fotografias?(Esquecer tudo? Cadê o Delete de meu coração?)

Mas assim desse jeito todas as vidas vão girando, os caminhos se cruzando.


Vale lembrar, não sinto raiva nenhuma. Nem um pingo. Não tenho motivos. Nunca tive. O que carrego mesmo são coisas que pouco importam agora.


Eu não acredito mais em estrelas cadentes. Eu não uso mais o anel de coquinho. Eu não canto mais as músicas de antes.

Meu destino mais proximo fica entre uns comprimidos e uma possivel sala de cirurgia.
E tenho mesmo é que me concentrar nisso.
O resto, bem... tudo vai tomando forma aos poucos, sempre aos poucos.

Sigo aí cantarolando coisas minhas, às vezes até resmungando. Reclamando dos preços, da política, da pobreza, da violência...
O Escuro tem vida própria e é a minha própria vida. Tembém não há problema nisso.

Medito, penso, repenso e mais um Amitril...tiro e queda. Uma noite ja se passou.
É não é que estou M-E-S-M-O me acostumando?
Resistindo à mim mesma.

Ah, as feridas? Sim, elas estão aqui... mas isso some também. Vou tentar pelo menos diluí-las em fórmulas de poesia, de música ou de coisas s o l t a s e borbulhantes.

Quando eu sentir saudades volto aqui pra ler isso

(Por: Livia Queiroz)