terça-feira, 6 de setembro de 2016

As Cartas que não Rasguei n° 2

Enfim sós: Eu e o escuro.
A madrugada me apoia todos os dias que a insônia se encarrega de me trazer melodias que jamais, JAMAIS sairão da cabeça pra não dar o gostinho de saírem pra você.
To me matando por dentro, eu sei que to.
To corroendo meus riscos e até as cores que gosto dos livros que pinto: acorrentei, TODAS.

O que eu quero é o sossego da deriva...
Aquele minuto em que bate a desesperança e você sabe que vai morrer e é aí que o último instinto salta na garganta e rasga a voz, destroça o peito e vira o corpo do avesso contraindo tudo o que lhe dói num só vômito de realidade.

Quero esse ápice.
Quero esse esclarecimento de que você se foi.
De que você é o caminho sem volta.
A onda inoportuna e inconveniente.
Quero essa noção de distância em número.  Quero a quilometragem exata e imoral. Quero o barulho de sua respiração descompassada longe de mim.

Estou no aguardo...

Por: Livia Queiroz