sábado, 28 de abril de 2012

4º Aniversário do M.A.

O Mudando de Assunto está fazendo seu 4º aniversário.
E dessa vez quem ganha o presente é você, caro leitor...


 O que vai rolar?
Vamos sortear um livro.

Como participar?
1º Deixando seu comentário informando a postagem que mais gostou.
2º Deixando seu email para contato.
3º Sugerindo um assunto pra uma proxima postagem (opcional)

P.S.: Para quem estiver tendo dificuldade em deixar o comentário por favor enviar email para lq.21@hotmail.com com o assunto: MUDANDO DE ASSUNTO.

Quando será o sorteio?
Dia 17/05/2012

Quando o prêmio será enviado?
No momento em que o ganhador informar os dados para envio do livro.

Pedido especial:
O Ganhador deverá enviar uma foto com seu prêmio para publicação no blog.


domingo, 15 de abril de 2012

Poema-Vergonha

Pobres meninos-homens,
Vestidos em seus retalhos
de pouca carne
Excomungados com seus canivetes
abertos e fechados
ensanguentados e enferrujados.

Coitados, pobres coitados
coitados e pobres
usados ou não.

Donos de nossa repulsa,
da minha, da sua.
Cavalheiros de nosso preconceito
Pré nojo, pré medo, pré asco
Pobres coitados maculados
Doados à não-educação.

Meninos moleques
de rasteira pronta
de malandragem fervida.
Donos de minha alergia
De toda a chaga do mundo
Viventes da linha de fora
Sobreviventes de toda sarjeta
Muitos, pequenos, indesejáveis.

Meninos coitados
sujos, por dentro, por fora,
por baixo das unhas, por dentro dos pêlos.
Sem escapulário.
Sem escapatória.
Pivetes que me ilustram a escrita.
O pesadelo e só.
Meninos que uso a distância,
Uso em letras e desuso em ações.
Vergonha de poema!

Coitadas crianças,
pobres dentes estragados,
pobres coitados
solicitados por mim à distância.

Pobres quase homens
que para mim podem morrer,
caso queiram.
Já que também matam
se quiserem.

Homenzinhos sem nome
Sem carteira de identidade
De rostos iguais e digitais fechadas
Pobres, pobres coitados!

Eles não cabem em minha oração.



(Por: Livia Queiroz)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Particionando

Falamos tanto em Deus, em nosso Deus. Desprendemos tanto tampo de nossas vidas em nome do amor, nosso amor, o de carne, o sexual e esquecemo-nos quão maior e soberano é o AMOR, o que vem pra gente em forma de Luz.

Aí vamos ficando moribundos, reclamando que amamos sempre as pessoas erradas. Vamos estocando mágoas por causa desses amores mal amados, dessas perdas, desventuras. Vamos adiante reclamando com Deus nossa falta de “sorte”, e nos achamos no direito de oscilar na fé.

Deus, assiste a tudo, entende tudo, conhece tudo dentro de nós, e talvez, em sua magnífica
sabedoria diz apenas o quanto se entristece por nossos atos e pensamentos embora compreenda o quanto precisamos evoluir.

No que diz respeito à mim, tenho tentado não me sentir diminuída por perdoar a quem por algum motivo, tenha me ferido o ego; nem em pedir perdão a quem eu tenha machucado na mais sombria luta de existência.

Por conta disso, tenho tentado ficar mais próxima de Deus, tenho tentado melhorar-me no Amor e na relação de amor que tenho com Ele, para só então cair no estágio de plenitude que só os sentimentos mais puros são capazes de proporcionar. Ando exercitando, da melhor maneira que posso, a minha percepção de Deus, a minha causa, a minha essência nessa busca. Hoje não há mais esse ou aquele desespero, não sinto angústias, nem medo do que há de vir, só o corpo que ainda dói às vezes, resultado de umas energias acumuladas.

A Paz vem vindo aos poucos, e essa mania de querer Deus e não fazer nada para estar perto Dele, há de se findar. Essa estratégia hipócrita de dizer “Deus é comigo” sem nenhum espaço dentro do coração para que Ele habite está por chegar ao fim.

Nesse encanto, nessa serenidade, nesse “desempenho” de Deus e do meu grande Amigo-Anjo, repouso em paz os dias que se seguem. E é só isso que me interessa.



Por: Livia Queiroz

domingo, 8 de abril de 2012

Ponti'(agudos)


Cravo-te a boca em meus espinhos
(pedaços que não ouso te mostrar)
e bebo do teu sangue em saliva.
Quente escorre na ponta de minha lingua
teu sal e os teus globulos protetores que agora me pertencem.
Desprezo por instinto os arredores.
Somos só nós
em carne em pêlo,
pelo mundo e pela poeira de vida obliqua.
São os nossos pontiagudos que se perfuram
pra encaixar,
grudam-se derradeiras verdades por toda a extensão da carne alcançada,
somos de pó de pés,
de pois e, sobretudo, de algum talvez
que na hora final é carne sangue e só saliva.


Por: Livia Queiroz

Na foto: Nanda Bastos & Max