quarta-feira, 29 de abril de 2009

Silhueta


Deve ser chato ser linda todos os dias...
Ela é assim.

O tempo inteiro.

Não sei no entanto quase nada sobre ela. Não sei se é mar, não sei se é calor. Apenas atento para cada detalhe que se mostra... Poucos detalhes, mas insisto.


Estudantes.

Mesma classe.

Eu e Ela.


Ela: Tão linda que não sei por onde começar a descrever tamanho absurdo. Estonteante absurdO!


Sei que ela é tímida e quando ri esconde o pouco riso com a mão, mas pude no entanto, pegar uma vez, seu sorriso de relance, coisa rápida.
E eu diria muito da brancura de seus dentes, mas prefiro falar sobre seus lábios finos e rosados, às vezes úmidos, às vezes castigados com uma leve mordida enquanto ela escreve. São uns lábios de "pecado". Pecado escondido. Eu sei!
Os dois furinhos na bochecha se mostram quando ela sorri, e mesmo quando põe a mão na boca, consigo ver sua bochecha, sei o caminho que fica descoberto...


Não! Eu não estou caindo de amores.


Ouço sua voz pouquíssimas vezes, mas fico atenta para o seu cortar de ar quando se "rompe 'a barra de contensão'" de suas cordas vocais. Uma voz que parece ter-se descolado do céu da boca. Ah, o céu! Será que por lá existem estrelas?

Seu tom de voz é baixo e é macio.
Uma certeza: Sua voz deseja acarinhar o ar.


Os olhos castanho-esverdeados estão sempre brilhando. Não sei se por um brilho próprio, coisa de nascença, ou se por uma lágrima constante e talvez imóvel.

No cabelo negro, cachos. Muitos cachos. Volumosos. Embaraçosos. Às vezes um cachinho cai sobre o olho, até a queda é linda, e ela com toda a serenidade, leva a mão até o cacho e o coloca atrás da orelha...
Toda a sintonia de movimentos, toda a cumplicidade de suas belezas complementam minha justificativa: Ela é Linda!

E que outro adjetivo seria capaz de suprir essa necessidade que me toma e me impulsiona a descrevê-la?


Mas eu...eu com minha infiel memória, não sei seu nome.
Ou esqueço-me. Ou nada-nada...
Não me perdôo.

NÃO É AMOR PLATÔNICO. ALIÁS, NEM É AMOR. JURO!


Eis uma representação divida do quadro que eu pintaria caso o dom eu possuísse: ela é a musa e a paisagem.

E estou procurando a moldura perfeita. Uma que alcance o seu espelho de divindade.


(Por: Livia Queiroz)



P.S.: Eu juro que presto atenção nas aulas... rs