sábado, 7 de agosto de 2010

Poetas são patetas

Veja bem, olhamos tudo ao redor com olhos que ficam saltitando pra fora do rosto, e o brilhozinho que eles emanam, ora! Coisa mais boba... Coisa mais linda...
Tudo que é motivo vira jeito, tudo que é jeito se distorce, se contorce, cai na tinta e valha-me Deus, vira rima, vira verso...
E é Verso sobre noite, sobre lua, sobre mar, é tanto verso que tudo que aparece dá vontade de rimar. Às vezes a rima não sai, mas o que vale na verdade é a intenção, aí sai um verso entrelaçado, poesia desregulada tal qual o pensamento de poeta quando a rima não lhe vem. Ê "classezinha" que vê poesia em tudo: em ônibus lotado, em fim da relação...
Poeta é cabra safado, anda sempre na contramão.

"Ora essa, eu e minha mania de rimar, detesto isso, vou pegar uma viola e fazer repentes na praça".

Poetas são todos patetas, erram na cronologia, erram na história, depois acertam os ponteiros e fazem a volta do jeito certo. As malas estão sempre prontas, amarrotadas de sonhos e cheias de razões, todas tolas diga-se de passagem. O Salário pouco, as contas, a pia entupida, o divorcio, é tudo parte do submundo, versos sublinham tudo.

Continuamos? Ou basta para a nossa triste sina de poetas?

Sina de ver beleza ou tristeza em tudo... Sina de passear por entre carros com olhos esbugalhados, querendo tirar poesia de onde não tem... Se bem que poesia existe em todo canto! Meu eu-lírico que é mais crítico, só gosta de caviar e vinho tinto. Mas eu, poeta, pateta convicto, vejo poesia nos mendigos, nas minhas agruras, no meu tédio, até nas silhuetas das mulheres que desejo, nas sombras das árvores, no movimento dos életrons, na intelecualidade dos que ja se foram. Vejo poesia nas amargas desilusões, pra isso não existe remédio.
Enxergo sim, meu olhos tem selos poéticos, pupilas dilatadas em sonetos, cílios que rimam descaradamente... O eu-lírico faz pose, faz bico, quer refinamento, mas o pobrezinho não vence uma - Poesia vem do que é simples - acaba por ceder ao charme pateta, e convence-se que nasceu desse jeito: pobre, coitado poeta.


(Por: Lorena Silva & Livia Queiroz)

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Saudades imensas dessa parceria... mistura...
miscigenação poética...
Desse: "Seja lá o que for..."
Até que enfim né, Loh?

Alguém tem que escrever nessa Blogsfera. [risos cínicos]
Amo-te Parceiríssimaaaaaaa!!!
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