segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Eis...Finge

Depois de dias sem escrever realmente nadinha, a falta disso ou daquilo, ou de tal coisa e etc... me trouxe um presente: esse poema...



Minhas palavras estão gastas.
Esgotadas...
Com uma maldição, talvez.
A bad trip. An awful dream...
Coisas assim!

Não há mais melodia que me alcance.
Nem verso algum que me povoe.
Estou vazia!
E ao temer a escuridão, releio uns escritos antigos
Centelhas de um tempo qualquer...Faíscas do que serviu...

Acabou a morte primária
Dos pêlos e pólos
Acabou-se-Esgotou
Palavras certas esvaíram-se por fim
E não há nada por terra.

Comerei dicionários então?

Talvez, mas me falta a essência
o feeling, o tato, o ato, o fato
O jogo, o fogo, o nojo, o acúmulo
e o desgosto do gosto que gosto.

Foi-se a etapa fúnebre e sutil
O âmago e o amargo
E as palavras vivas não me corroem mais
Não me encontram o endereço da alma
Estou presa num novelo seco de linhas turvas.

(Por: Livia Queiroz)