domingo, 17 de fevereiro de 2013

Esmo


- E aí, como ‘cê tá?        
- Indo...                              
- Indo pra onde?            
- Sei não, qualquer lugar serve.


 Na instabilidade das horas pouso meus ombros cansados como a querer colo de nem sei o que. E como se esse colo, fosse salvação e desespero ao mesmo tempo e por mais que tentasse reconhecer suas formas, um ou outro gesto, uma ou outra palavra desnorteasse esse reconhecimento.
Serve qualquer lugar por que, ir andando a esmo é minha especialidade e meu jeito de encontrar paz. Paz necessária. Paz que não dói. Que não murcha.

E aí, num diálogo corriqueiro, chego a conclusão de que ser assim e ir mesmo a qualquer canto - não como meio de fuga, mas como um jeito de poder respirar melhor e visualizar de longe a situação a fim não manchar mais telas por conta de falta de coordenação ou visão deturpada - é o que faço há anos. Entendimento é sagaz. E a procura por ele pode ser um caminho audacioso...

Eu preciso ouvir minhas próprias orações e entender as respostas. Deus age direito, Ele não brinca com a vida, nem com a morte, nem com os destino, muito menos, com as escolhas... E é meio desconexo falar de Deus e dizer que se quer ir a qualquer lugar, mas acho que lá, ou aqui, ou onde quer que seja tem efeito igual ao de meus pulsos vivos. E entender isso não requer grandes estudos ou estímulos. Ou...

Continua servindo ir andando.


Por: Livia Queiroz