sábado, 11 de fevereiro de 2012

Burla-os

É isso aí, os velhos versos voltaram – mesmo tendo eu dado a eles um tempo (indeterminado) para se recompor, ainda assim, ingratos ou insensatos ou entediados, eles voltaram – e vieram já riscando as paredes de meu corpo...
Eu não quero falar a respeito, não quero que ninguém saiba, não quero fazer alarde, nem ser vítima, nem covarde, nem ser “à mais” no meio de tantos comuns...
Mas esses velhos meus conhecidos, os versos, procuram as brechas que por displicência deixei no meu intacto, por conta de uma estafa que acometeu meu coração.
Logo agora que havia desistido da poesia... Logo agora que fiz um pacto sujo, e troquei todos os possíveis versos para ter minha alma de volta... Logo agora que estava quase lá, quase mais que próximo...
Pedi a Deus a racionalidade pura ao invés da companhia dos pingos de chuva e de sua representação literária, mas aí, Ele me prega uma peça e manda novamente o sutil, o emaranhado, o confuso, a agonia. Isso deve ter um motivo, um por que...
Mas eu não quero que ninguém saiba.
Ainda dói dói dói falar disso, pensar nisso, lembrar disso. Não é insuperável, e eu só quero seguir adiante, e quando a gente quer muito e quer com todas as forças, a gente consegue sem perceber. Talvez porque a magia seja algo uno e inerente a qualquer ser banhado de sumos de fé. Ou talvez simplesmente, porque é Deus quem sabe o que faz e nós achamos que somos parte de um caminho quando na verdade um caminho é parte nossa.
Mas eu não quero falar á respeito.
Quero burlar esses versos, e isso que me vela noites e mais noites será sorrateiramente apagado antes de ser escrito.
Cara,eu não sei mais o que dizer, mas Deus sabe o que faz!

Por: Livia Queiroz