sexta-feira, 4 de julho de 2014

Sobre nosso tempo

Era o meio da madrugada e estávamos exatamente onde devíamos estar.
Todas as coisas, absolutamente todas, eram favoráveis, desde o seu toque à minha permissão para que meu corpo fosse desvendado.

Íamos cumprindo com sutileza e maestria a necessidade que o desejo trazia
Íamos seguindo à risca as regras do jogo nosso sem regras
E então seguia sua boca a caçar a minha lentamente
E iam minhas mãos acolher suavemente seus pensamentos

Os cheiros  do que era vontade nossa impregnavam em tudo
E a imensidão do céu sorria sem dificuldade cheio de estrelas,
E todo o céu de sua boca era também o céu da minha
Todo delírio seu chegava sussurrado a meus ouvidos e eriçavam-me os pelos

Por fim, era o seu eu a adentrar no meu fazendo com que – como num frenesi – por alguns momentos eu não soubesse mais onde você terminava e eu me iniciava.

Estava feita a mistura. Estava realizada a façanha:
Era a força do que me doava e a vontade de que desse certo.
Era a paz reinando e a vontade de estar pelo tempo que fosse, com o tempo parado.



Por: Livia Queiroz