quinta-feira, 10 de outubro de 2013

A poesia há de matar o mundo.



Se tem uma coisa que posso dizer sobre esse misto de palavras em versos, sobre esses versos em rimas... Sobre esses vícios em sonetos, sobre esses sonhos diluídos nas palavras de Sr. Ninguém, é que isso ainda vai matar o mundo.

E oro, e imploro pra que isso aconteça o mais rápido possível... É que não me aguento, não sustento minhas próprias pernas vendo tanta caricatura fúnebre.

A poesia há de matar o mundo.
Há de dilacerar tal qual fera violenta o mundo das crueldades.
Há de implodir em grau de atomicidade o mundo das dores.
Há de acabar com o mundo onde se exterminam os sonhos, as borboletas e os gibis.
Oro pra que a poesia acabe com a parte do mundo que se pinta de vil, de lamúria, de leviandade... Imploro pra que ela encerre com maestria e frieza o mundo dos apegos, das filas egoístas, das trilhas poluídas.

A poesia vai acabar com o mundo e suponho que isso ocorra um dia antes de se findar a primavera para que as sutilezas do verão deixem de ser as carnes ao sol e passe a ser o desenho das sombras pelas areias das praias...
Para que as palavras formais também ganhem brilho, não pelo que significam, mas por causa de quem as pronuncia...
Para que os casamentos tenham finais felizes ainda que não sejam pra sempre...
Para que massinha de modelar tenha a mesma importância que as tabelas periódicas...
Para que todos os calendários sejam mais coloridos...
Mas para que, sobretudo, o mundo se revigore de si mesmo...
A poesia há de acabar com o mundo.
E eu não me chamo quem eu sou.

Por: Livia Queiroz

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Lora


Foi desse jeito que nos casamos:
Era remoto o tempo e havia um sol tímido.

Do teu formato em metáfora de um tom vivo
Havia o manto do verso a amansar fervores

Era a coloração perfeita, certeira e sutil
A rimar com a palavra que haveria de nascer exclamada.

E no meio do caos e do delírio
Estonteante presença tua congelada no tempo.


Sem olhos, sem mãos, sem corpo tal qual imaginam os carnais
Me deu de beber, me deu de transbordar
E de silenciar...

Era encantada a palavra que não ousava sair
Era medrosa e humilde frente à tua fonte vital

E foi assim que casamos:
Sem padres, sem alianças, sem véu...

Casamos no meio do mundo
Testemunhados pelos ventos
Sob a marcha nupcial dos pássaros encantados
E assim nos fincamos: alma e flor.

E, de acordo com o que contam nas estradas de terra, seguimos por aí...

Felizes para sempre!

Por: Livia Queiroz
Foto: Nanda Bastos

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

- arma branca -


- do descaso para com os homens -

E eis que não senti raiva, não me recordo em momento algum de ter brotado esse sentimento. Talvez por que no fundo sei que mesmo que uma pessoa escolha um caminho turvo, muitas vezes ela é induzida à isso. Por notar que um sistema educacional falido e hipócrita só serve pra dar diploma à meliantes. (Não gosto da palavra "marginais" porque há tantos homens de bem que vivem à margem da sociedade, expulsos do próprio direito, que chega a ser constrangedor generalizar e compactar todos numa palavra cuja intenção seja definir um ser de caráter duvidoso.)

Como disse à princípio, não senti e nem sinto raiva. Só um pouco de medo, na verdade sinto muito medo e meu coração vem na boca ao escutar barulho de motocicletas.

Aconteceu na última quarta-feira (14/08)... E foi a pior sensação que tive em fração de segundos.
Tudo rápido demais. Seguia para entrada da faculdade por volta das 19:30 quando, uma moto com dois homens parou proxima à mim. Eu, que me encontrava na calçada, continuei andando por imaginar que eram apenas dois alunos chegando na faculdade também. Eis que para a minha surpresa o moço da garupa pulou na minha frente me agarrando pela gola da minha blusa e gritando: " passa o celular, bora passa o celular " demorei uns segundos pra assimilar a situação toda. Até aí tudo bem, eu ia dar o celular, podia levar a mochila toda se quisesse, mas eu sentia medo. E por uma dessas coisas lindas que acontecem em meio aos tumultos, uma moça notou a situação e sem hesitar começou a gritar e pedir ajuda aos seguranças da faculdade.  Nesse momento, o meliante desistiu de súbito do assalto e achou mais atrativo usar a violência pra demonstrar a frustração, o fracasso. O resultado: um soco no olho esquerdo e um barulho de moto com cheiro de fuga e ira. Consegui correr pra dentro da faculdade e tudo terminou bem.

Tirando um derrame no olho e um corte na pálpebra(por conta do óculos que ficou aos pedaços), dores na cabeça e inchaço no rosto, tudo terminou bem. E dos males, o menor.

Diante desse fato, posso concluir tantas coisas, mas a conclusão mais importante que cheguei é de que o ser humano é frágil. E não estou falando do soco que levei, nem do medo que sinto o tempo todo. Estou falando de fragilidade no que diz respeito a não aguentar a pressão, de não suportar viver na miséria, de não se contentar em estar sempre do outro lado das vitrines.

Tentei um olhar diferente, mas ainda assim só consigo sentir dó e medo. E sabe-se lá se eles chegaram vivos em casa, ou se tinham casa, ou se queriam ir pra casa... Sabe-se lá se tem um futuro... Passei algum tempo me olhando no espelho, o corte não tá bonito, mas e se ele for a expressão da pobreza e do fracasso querendo tomar satisfações?  

E essa violência gratuita não seria uma caricatura de uma pobreza que tem fome de dinheiro fácil porque é bombardeada o tempo inteiro com o estímulo dos desejos ou seduzida pela tentativa de ser vista como igual? Sem meios pra isso uma represa se rompe deixando vir à tona todo o poder em fúria que possui.

Não os estou isentando da responsabilidade pelo que fizeram porque se quisessem poderiam escolher outros meios de “ganhar” a vida, mas essa talvez seja uma responsabilidade a ser divida. E não é com pena de morte (como sugerem os mais radicais), nem com bolsas migalhas, que solucionarão o grito violento dessa gente. O ser humano quee ser visto, ser olhado como tal. É preciso dar atenção devida à isso e  arrumar solução em meio ao caos instalado.

Se me pedirem receitas, fórmulas, soluções, direi que não as tenho por completo. Mas sei que elas existem e que é necessário procurá-las. As pessoas estão sofrendo e dores podem criar monstros.
Eu não pude fazer nada para me defender. Eu não reagi. Eu não orei. Eu não lembrei de Deus na hora do susto. Eu só lembrei do medo e da porcentagem de dor a mim transferida por conta da raiva reprimida que corroía aquele homem.

Eu possuo, para legítima defesa, apenas duas armas: uma pontiaguda e a outra branca.
Caneta e papel.

Gostaria que eles as possuíssem também, e agora, além do medo sinto brotando um pouco de tristeza.

Da pior violência que pode existir, a maior delas é desacreditar na bondade do ser humano. Isso sim é triste demais para ser escrito.



Por: Livia Queiroz

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Cabimento

E o sorriso dela era diferente.
Havia algo de singular...

Em tontura de súbito prazer,
Quis dizer oi.
Mas não disse.

E tinha algo mais
Que um sorriso em sua boca...

De improviso me beijou
Quis dizer não
Mas não disse.

E em meio as mãos firmes
Cheias de calor...

Num resgate sorrateiro
Me iluminou o dia
Quis dizer algo.
Mas não disse.

Me pediu primevera
E me trouxe flores
Me pediu enlaces
E me trouxe seus sabores
Me pediu que sentisse
E me trouxe seu gosto.

Quis dizer sim.
Mas não disse.

Cabia na boca a resposta.


POR: LIVIA QUEIROZ

sábado, 1 de junho de 2013

Nem Era uma Vez...

                  *
Era uma vez uma noite
E uma menina revestida de lua
E olhos ávidos por futuro
Era uma vez um quarto
E uma janela sempre fechada
Uma cama serena
Alguns livros
Coleções de brinquedos
Era uma vez uma noite
Revestida de menina
E olhos de luar
Era uma vez um cansaço ligeiro
E pernas doídas
E repouso de corpo
                e espírito
E criança adormecida.

                  **
Era uma vez nessa mesma noite
Um corpo frio
Revestido de colchas
Embrulhado pro tempo
Era uma vez um frio no corpo da noite
Revestido de tempo
Nessas mesmas colchas
De retalhos de sonhos
E uma menina a sorrir
Pelo lado de dentro
[Que é onde vivem os sonhos]

                  ***
Era uma vez, indumentária florida
Chamando festiva a menina no sonho
Que ora era palácio, ora era suplício
Ora clamor, ora pudor, ora fervor
Era uma vez a menina no sonho,
Num palácio florido,
E com canetas nas mãos
Sem teorias nem demagogias
Sem regras, apenas entrega
Era uma vez umas canetas floridas
Em suma entrega ao papel em branco
De um sonho confuso
Sem jeito nem leito
Com dó do sujeito que depois
O adivinharia.

                 ****
Era uma vez uma menina
Acordando sem jeito
Sem nó no sujeito
Sem caneta nem papel
Nem palácio, nem cor
Sem flor, sem fervor
Só pudor e quase amor
Mas que ria, se ria
Toda se ria, de dentro
E de fora, sorria e se ria
Era uma vez um sonho
Que virou poesia
E se achava o mais lindo
Pois sem rima se ia
Mas a menina sem jeito
Danada de não lembrar
De um poema que foi feito
Todo revestido de luar.

Por: Livia Queiroz







domingo, 26 de maio de 2013

Bosqueado

- gosto de encantos
e das palavras de sua boca
e sua boca me encanta
e eu amo estar nela.

- tenho fascínio por seu batom
vermelho-não-usado
e que me mancha em
pensamento.

- sou louca por seus sonhos
gosto de decorá-los
e a sua seda combina
com minhas cortinas.

- tenho loucura por janelas
principalmente as
bosqueadas
onde cantam os pássaros
enquanto você colhe os meus lírios.

- adoro a claridade
o céu com estrela
o céu de sua boca
a cor de suas mãos
as suas mãos em minha carne.


- gosto do “estar singela”
do estado leve das coisas
da poesia sem peso
de você em meu seio.

Por: LiviaQueiroz

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Desarmários


Dia 17 de maio: Dia Internacional Contra a Homofobia!


A gente se acostuma e até releva os adjetivos errôneos, porque quem tem boca fala o que quer mesmo que fale asneiras e proclame as insanidades mais deslavadas...            
A gente aceita - e até ri de canto de boca - ter um pejorativo errado “o sapatona” (quando o correto seria sapatão).    
A gente até se acostuma com piada de “viado”, e ri junto se for engraçada, e até aprende pra contar aos nossos amigos do babado depois. A gente só não ri do que fere nossa inteligência...
O que a gente não dá conta de aceitar é ver nosso desejo jogado no lixo, é ver reacender fogueiras onde as corjas ditas “santas” queimarão nosso sexo como se fosse papel em desuso.
O que a gente não precisa entender é o motivo pelo qual se preocupam com o conteúdo das paredes de nossos quartos, com nossas mesas de bar, com o que há por trás de nossas mãos dadas e nosso riso de gente.             
O que queremos dizer com tanta luta, com tantos discursos, com tanta voz alta é que em pleno século XXI nenhuma raça, nenhum clã, nenhuma classe – ou como prefiram chamar – deveria mais precisar levantar bandeiras (pois elas já estão todas hasteadas), o ideal seria apenas não tentar rasgá-las.
A nossa luta é por uma bandeira inteira, intacta, sem remendos. E quando falamos em bandeira, não falamos de pano em mastro, falamos da noção exata de respeito, com todos os caracteres inclusos, com todas as formas, tons, e sons possíveis. Não queremos ter que cansar a voz, nem as pernas e os braços em protestos desnecessários. Queremos o direito diário de levantar todos os dias com a certeza de que estamos em paz e também cantaremos loas. Queremos desarmar nossos armários. 


Por: Livia Queiroz

05 Anos Mudando de Assunto (resultado do Sorteio)






Mudando de Assunto - A História O Blá blá blá
O Mudando de Assunto foi criado meio que por curiosidade... Lembro-me que não entendia bem como era a “blogsfera”, mas que havia algo de interessante por aprender. E assim, no dia 17/05/2008 surgiu o Assuntos de Menina que mais tarde viria a se tornar o M.A., mudança essa que ocorreu de forma muito natural e que acompanhou um processo de transição meu e dos escritos, obviamente.
Minha história com os escritos começou há cerca de 10 anos atrás, quando numa aula de Língua Portuguesa, a professora Ligia Burgos nos apresentou a proposta de escrever uma poesia sobre o Dia Internacional da Mulher, e então, algo mudou em mim. Já sentia a influência do poder da palavra sobre mim... O poema era muito ruim – diga-se de passagem – mas foi a porta, foi a válvula, e desde então namoro a palavra, só não sei se ela já me namora também.

O Aniversário
Confesso não ser disciplinada com os escritos. Escrevo quando eles me querem, escrevo pra pensar, pra não sufocar, pra gritar sem gastar som... E assim as coisas fluem, ou não... Mas a intenção, a palavra posta à tela, isso existe, tal qual sua força de luta, de paz, de segregação, de fé...
O aniversário do Mudando de Assunto representa para mim mais que uma simples celebração de um meio virtual, mas um sutil desenrolar de pequenos fatos diários que se prolongou durante cinco anos: alguns amores, algumas dores, algumas revoltas, percepções de mundo, percepções da noção de palavra e da vastidão das suas perspectivas, o arrastar das correntes, o corroer dessas correntes, a paz necessária pra vida, e tudo o mais que ainda virá...
Representa ainda o construir e firmar laços com pessoas que sequer tive a oportunidade de saber como é o brilho dos olhos... Gente que há cinco anos Muda de Assunto junto comigo. E que durante tanto tempo me auxilia pela vida, pelos rumos...

O Sorteio.
Sem mais "delongas" (rsrs)

Sorteio realizado hoje (17/05) às 09:30h.
A ganhadora do Sorteio foi Lorena Silva do blog Lugar de Leveza que há anos nos agracia com tanta poesia linda. 
Parabéns Loreníssima...
Fico no aguardo de seu endereço para o envio do seu prêmio.

Obrigada ao pessoal que participou da promoção, obrigada pelas Indiretas maravilhosas. Adorei todas, todas... Obrigada por  fazerem parte desse mundo meu...


domingo, 5 de maio de 2013

Promoção de Aniversário

Muito simples de participar...

É só  criar uma Indireta Criativa, para o blog, ou para alguma poesia que leu e postar no espaço de comentários!

Atenção, a indireta tem que começar com: GENTE QUE...

E pronto! Já tá participando do sorteio e concorrendo a um livro.


Promoção válida até o dia 17/05/2013, dia em que ocorrerá o sorteio.



QUEM TIVER PROBLEMAS PARA COMENTAR POR AQUI, PODE ENVIAR POR EMAIL COM O ASSUNTO: PROMOÇÃO M.A.

Email: LQ.21@HOTMAIL.COM

Mês de aniversário do M.A.

Putzzz 05 anos já! E parece que foi ontem...
To aqui, bobona, orgulhosa, feliz da vida, e contando os dias para que chegue o dia 17/05...

Vai rolar promoção hein? Fiquem ligadinhos...


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Localização

Dentro do poço
Havia um mar
Dentro do mar
Havia um moço
Dentro do moço
Faltava ar
Dentro do ar
Faltava esboço.

Havia um esboço
Dentro do esboço
Faltava a cor
Dentro da cor
Havia a mágoa
Dentro da mágoa
Havia o moço
Dentro do moço
Faltava o pedaço.

Existia um pedaço
Dentro dele recordação
Dentro dela combustação
Dentro dela mumificação
Dentro dela havia um moço.

Havia um moço
Dentro dele morava um poço
Dentro do poço
Uma poça de mar
Dentro da poça
Havia um frescor
E a-fogado o moço morria.

Havia o fogo
E dentro dele uma fresta acendia
E dentro dela crepitava umas palavras
E dentro delas um poema pedia.

Havia um poema
E dentro dele um suspiro surgia
E pedindo licença
Seguia tímido
Um moço que sorria.

Por: Livia Queiroz

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Santo dia.

Meu Deus,
Obrigada.
Agradeço pela lista infindável de bênçãos e presentes a mim concedidos mesmo sendo eu ser em estado permanente de lapidação.
Obrigada pelo processo de liberdade que corrói à cada dia as antigas correntes; pela fé que ultrapassa meu corpo e o estimula – de dentro pra fora – a captar apenas as energias mais puras.
Obrigada pelas palavras, pelos alertas, pela proteção, pela Luz mansa que amorna meu coração e me ensina sobre autocontrole e me sussurra sobre o amor.
Obrigada por me reencaminhar e me ajudar entender a vida como passos carnais aliados aos espirituais.
Obrigada Pai Celestial
Pela fé
Pela paz
Pela presença
Pela luz
Pelo amor.
Agradeço pelo amor, esse único, que é inquestionável, insubstituível e guarnecido de toda compaixão segurança e misericórdia.
Obrigada meu Pai, por esse caminho de Luz que me leva ao encontro de mim mesma. Todo SANTO dia.
 
Por: Livia Queiroz

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Esmo


- E aí, como ‘cê tá?        
- Indo...                              
- Indo pra onde?            
- Sei não, qualquer lugar serve.


 Na instabilidade das horas pouso meus ombros cansados como a querer colo de nem sei o que. E como se esse colo, fosse salvação e desespero ao mesmo tempo e por mais que tentasse reconhecer suas formas, um ou outro gesto, uma ou outra palavra desnorteasse esse reconhecimento.
Serve qualquer lugar por que, ir andando a esmo é minha especialidade e meu jeito de encontrar paz. Paz necessária. Paz que não dói. Que não murcha.

E aí, num diálogo corriqueiro, chego a conclusão de que ser assim e ir mesmo a qualquer canto - não como meio de fuga, mas como um jeito de poder respirar melhor e visualizar de longe a situação a fim não manchar mais telas por conta de falta de coordenação ou visão deturpada - é o que faço há anos. Entendimento é sagaz. E a procura por ele pode ser um caminho audacioso...

Eu preciso ouvir minhas próprias orações e entender as respostas. Deus age direito, Ele não brinca com a vida, nem com a morte, nem com os destino, muito menos, com as escolhas... E é meio desconexo falar de Deus e dizer que se quer ir a qualquer lugar, mas acho que lá, ou aqui, ou onde quer que seja tem efeito igual ao de meus pulsos vivos. E entender isso não requer grandes estudos ou estímulos. Ou...

Continua servindo ir andando.


Por: Livia Queiroz

domingo, 20 de janeiro de 2013

Bambeia

Vai,
e desce ladeira
vira a rua e
sobe na vida.

Salto 'em alto'
E era só metáfora
Unha magenta
e alma vermelha.

Faces pintadas
- de dentro e de fora -
aflora o que é dela.
Anda morena,
da cor de efeito
sol.

Fonte de luz
tonteia ser si.
Epígrafe de si mesma
Muitos blacks
Muitas vidas
Muitas idas.
Muita frase por dizer.

Bambeia morena
Faz traçado duro
e certeiro
pé ante pé
até chegar
onde se quer.

Desce da vida
Sobe ladeira
volta pra casa
os pés doem
'em salto'.

Deita e dorme
sonhando as estrelas
bebendo saliva
com gosto de ontem.


Por: Livia Queiroz