segunda-feira, 15 de junho de 2009

Outrém



Sábado à noite gasto meu dinheiro e meu corpo indo ao puteiro bar mais próximo na tentativa de quebrar você em algum copo.
Domingo à noite, finjo que rezo na esperança de receber qualquer possível perdão. Comungo-me. Salvo-me. Dois coelhos em uma só cajadada: CORPO E ALMA "puros" novamente.
Vejo alguns a conversar com Deus, fervorosamente.
Entendo tudo.
Segunda-feira, alcanço na rua as obrigações e os problemas que não trago nunca pra casa.
Segredos. Segredo. Sagrado. Sacro. Santo.
E corre todos os outros dias até que me venha alguma estupidez, e no fim de todo o cansaço tenho que admitir que é você a minha contradição.
Que é você quem dilacera meu ego e todos os timbres que ensaio são inúteis, visto que você possui todos os antídotos e sorte, de fato, tens muita sorte.
Mas um dia qualquer, bem proximo a esses, lhe pego de surpresa.
Vais abrir os braços, vais fechar os olhos e querer sentir. Vais esperar.
Eu vou estar bem perto, vais sentir meu cheiro, mas já será tão tarde que estarei de costas e com os braços cruzados.


(Por: Livia Queiroz)

Escrito originalmente em uma folha branca de caderno com borda rosa, no dia que eu não sei bem qual foi, mas foi durante uma aula de empreendedorismo, entre uma e outra anotação, afinal sou uma aluna aplicada!