sábado, 13 de fevereiro de 2010

Ousam chamá-la de...

Ela tem todos os nomes em um só papel. Segue corriqueira, vagando sozinha pelos claros e escuros. E é em minha cama que repousa, sem fé, sem gozo, sem pijama, sem nudez... Repousa a alma cansada e o jeito afoito, em meu corpo semi pronto.
Tranquei-a em minhas mãos pesadas.
Seus olhos parecem sempre saltar de excitação, sobre o altar que lhe contrui.
Ousam chamá-la de minha. Suponho que seja. Ou que um dia será.
Enquanto isso, ela continua a pousar toda a vontade íntima e infame e todos os sonhos impossíveis em meu colo. Protejo para sempre seu ego maltratado.
E no final ela sempre vai embora. Sei que volta.
Sofrer, não sofro.

Chamam-te de MINHA.



(Por: Livia Queiroz)
Foto: Juliana Nardin S2

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Melhor...

Que será que ela tanto tem que entontece?
Será o brilho que seus olhos irradiam enquanto a tarde para e observa seu caminhar?
Será o movimento sutil de seu corpo - nuvem passageira - da cor de todos os sóis ao mesmo tempo?

Ela me fez sentir de novo.
Eu que estava tão vaga de palavras, tão simples e impura...

Agora, sinto o gosto
Sorrio por dentro, pela alma inteira que se corrói em felicidade.

A mente, carne, ossos: todos vivos mais uma vez...

Eu posso vê-la. Apenas ela.
Ninguém mais.

Posso vê-la dormindo ao meu lado. À salvo.
Posso dizer-lhe todos os seus sonhos, os mais secretos.

Mas prefiro fechar meus olhos, e assistir...
do jeito que ela me ensinou

(Por: Livia Queiroz)

S. S2