Foi desse jeito que nos
casamos:
Era remoto o tempo e havia um
sol tímido.
Do teu formato em metáfora de
um tom vivo
Havia o manto do verso a
amansar fervores
Era a coloração perfeita,
certeira e sutil
A rimar com a palavra que
haveria de nascer exclamada.
E no meio do caos e do
delírio
Estonteante presença tua
congelada no tempo.
Sem olhos, sem mãos, sem
corpo tal qual imaginam os carnais
Me deu de beber, me deu de
transbordar
E de silenciar...
Era encantada a palavra que
não ousava sair
Era medrosa e humilde frente
à tua fonte vital
E foi assim que casamos:
Sem padres, sem alianças, sem
véu...
Casamos no meio do mundo
Testemunhados pelos ventos
Sob a marcha nupcial dos
pássaros encantados
E assim nos fincamos: alma e
flor.
E, de acordo com o que contam
nas estradas de terra, seguimos por aí...
Felizes para sempre!
Por: Livia Queiroz
Foto: Nanda Bastos