segunda-feira, 19 de maio de 2008

Quase nada mudou



Ainda durmo de meias
E uso roupas curtas
Quase nada mudou
Aceito quase todos os convites
Minhas mãos ainda são as mesmas
Meus lábios têm o mesmo calor
Só meus braços que não estão mais abertos
E meus sentidos que estão mais aguçados.

Ainda uso aquele casaco branco nos dias frios
E escureço os cabelos
Mas não rôo mais as unhas de ansiedade
Pinto os meus olhos e disfarço minhas olheiras quando não me vem o sono
Mas eu não toco mais as mesmas canções
E não cito as mesmas frases de amor

Ainda tomo café naquela xícara enorme
E sinto nostalgia nos fins de tarde
Mas não marco mais as datas importantes no calendário
E nem arrumo mais os bibelôs na estante
Passo sempre pelos mesmos lugares
Mas me preocupo menos com o relógio
Faço quase tudo o que quero
E muito menos do que posso
Meus pés estão indo pelo mesmo caminho
Quase nada mudou.




(Por: Livia Queiroz, EU rsrs)