A Carta de um personagem que invadiu-me a alma através do seu próprio tempo!
"Não sou um homem de muitos amores, nem muitos horrores. Poucas coisas me escandalizam e quando isso acontece fecho meus olhos, já não carrego pedras nos bolsos, preciso de toda a leveza do mundo.
O que me entristece mesmo são os olhos que não enxergam a alma em dor, os corações que sugam até a última gota as boas vibrações do amor...
Conheço fatos e relatos de cada coisa no seu tempo, vivo isso tudo enquanto posso e já acompanhei o 'desenrolar' de toda a minha família.
Em dias quentes sento-me à beira da praia pra apreciar as crianças brincando na areia alvinha.
Em dias frios procuro a colcha mais quente e as palavras mais vivas, junto os netos à minha volta e conto as histórias mais lindas dos tempos em que o tempo era outro e ao escutar minhas próprias palavras tenho a noção de que o que vivi foi vida... samba... prosa... poesia...
Homem feliz que fui...
Criança feliz que sou...
E só tenho pela frente o futuro e o fruto doce que amadurece todos os dias.
O sabor que está por vir todo santo dia, todo dia é santo..."
(Por: Livia Queiroz)