segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Leve...

Terminei aquela história que nem era mais minha. Acabei por te ouvir e por me entender. Estou cansada e com uma febre que insiste em ficar sob meu cobertor e outras palavras que ficam penduradas na minha lingua.
Às vezes a gente diz um adeus doído pra ver a cara de felicidade batendo à porta.
Eu entendo agora os seus braços sempre sedentos, precisei de fato, entender antes de voltar pra eles e antes de ser do jeito que um anjo merece ter alguém.
Os anjos também sabem perdoar não é?
Os anjos, suponho eu, não tem um ego para alimentar...

A gente tem mania de gritar quando não tem muito o que dizer...
Temos mania de achar que sempre sabemos o que nos espera quando avaliamos as possibilidades normais e simples e aí acabamos não enxergando o caos arranhando nossas paredes...
Ficamos com a mesma mania estúpida de querer a paz e só enxergar a sua necessidade quando nos vem chegando a guerra interior e particular.
E temos a mania de não agradecer... de não entender ou de entender por demais... de não perdoar ou de aceitar sempre...

No fim das contas vem a vida e acerta tudo com o ponteiro rígido aparando mil e uma arestas.
Vem o tempo e atravessa as portas, adentra pelas janelas, não cumprimenta ninguém e ainda leva o que se julga ser dono.
Leve... Ora, que leve!
E que seja sempre assim, mas que ele me deixe a mania de encontrar seu abraço em qualquer canto e seu cheiro em meu corpo...
E só!



(Por: Livia Queiroz)