quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pontes Inesperadas...

Como saber se a outra metade do que foi um dia parte do mundo meu valeu à pena?
Como saber hoje, se fez algum sentido andar em vias contrárias e meter os pés pelas mãos?
Se agora, somente agora, muda, de dentro pra fora, o que eu julgava ser antes meu...
Sabe aquela plenitude que inquieta e que acalma a alma ao mesmo tempo?
Sabe aquela ida sem volta, com destino, sem escala, ao mais puro encanto, ao centro de tudo?
Sabe o misto de medo, dor, amor, desejo, paz e agonia se fazendo num só pote?
Sabe quando a doce brincadeira fica séria demais e o balanço do parque já não é mais suficiente?

É assim que esse amor me toma...
Num misto de novidades, sonhos e medos,
É assim que me surge o pranto baixinho,
Invocando a felicidade
e a necessidade de você pra sempre...
Por: Livia Queiroz

domingo, 12 de junho de 2011

Taça de corpo

Ah, e eu adoro "tudo isso".
Adoro quando o seu corpo
altera o sabor do vinho.

Adoro porque em suas caraterísticas fundamentais
O vinho, se mistura e dá um sabor novo
aos caminhos que minha boca percorre.

Adoro quando não sei mais se é vinho
se é corpo, se sou eu embriagada
Quando não há mais distinções
você, vinho, eu,
bocas, pernas, paladar
sentidos e partes do corpo confundidos.

Adoro quando o seu corpo
altera tudo:
a noite, o vinho, o gosto e a mim.


(Por: Livia Queiroz)

sábado, 4 de junho de 2011

Releitura de Amor nº 02

Escrito originalmente em: (15/11/2010)
(TEMPOS DIFÍCEIS)


Faz bem em reconstruir. Só é feio erguer muros ao invés de pontes, e se comportar como se nada acontecesse, se embreagar de sentimentos alheios e fingir que é amor o que na verdade não é.
Lembro-me de seu conselho: "Você tem que tentar"
E eu fraca ainda, dando asa ao medo dizia que não ia conseguir. Bobagem!
Todo mundo supera!
Todo mundo consegue!
Todo mundo se conforma!
Todo mundo sente dor e maldiz o amor, faz de conta que não entende mais de poesia, brinca de ser sombra por azar, perde as rédeas, fala o que não deve, faz o que não pode, rasga os planos inúteis.
Tudo por causa de um amor que se foi, porque amor que é amor não acaba, nem morre.
Ficamos patéticos.
Por fim o coração acalma, cansado de gritar. Arranja alguém pra preencher o vazio. Aprende a amar de novo e guarda o amor de antes na gaveta de baixo - porque esse amor de antes, do outro tempo, esse amor de verdade não morre nunca.

A gente se conforma.
Coração avisa que não quer mais doer. Pensamento só quer saber de desejo novo.

Faz bem em virar a página, mudar todas as coisas que não lhe serviram. Aceitei. Não dói mais.
Vamos em paz, e do meu testamento, você herdará as alegrias e os risos.


POR: LIVIA QUEIROZ