Por fim há de enlouquecer esse sujeito quando notar
a contradição grotesca entre o que diz e o que de fato é.
É preciso tomar cuidado.
Distorções podem tornar ocas as almas...
(Por: Livia Queiroz)
As de Ouro do poeta que jogou com tudo o que tinha e de volta guardou apenas o gosto amargo do que se arrependera tão tarde:
Era a última carta...
E havia uma poesia ainda não escrita relacionada á coisa alguma...
Por inteiro mesmo, havia só o destino que lhe embaralhava a sorte.
De certo que passaram por ali palavras arredias, dessas que não se permitem a captura...
Vai entender...
- Mas não se enganem, meus caros - sussurrou o pobre homem - Essa coisa de poesia completa, tal qual amor repleto, não existe!!
P.S.: Perdoe-me...Há desesperença nisso que hoje escrevo.
Por: Livia Queiroz
Rolo na cama, olho pro teto, paredes, conto e reconto os livros da prateleira descubro novecentos e noventa e nove defeitos, uma saudade e uma decepção.
Colas de amor já não surtem mais efeito, o remendo fica mal feito, feioso, sem acabamento. Depois olho rapidamente no espelho, brinco com as olheiras fundas oriundas das noites de clarão e por um instante chego a pensar que, se foi tudo em vão, então não vale à pena arriscar as mesmas coisas todas às vezes.
Do outro lado, há quem tente refazer, reatar, relembrar quão especial a vida tem sido... Quão generoso tem se mostrado o amor, mas de que adianta? Do outro lado há alguém que necessita de explicações, alguém que quer saber o que houve com os muros em volta de “nosso forte”.
E eu não sei explicar nada. Por mais palavras que possam existir, por mais poesias que possam dar o toque cintilante... Ainda assim eu não sei usar os motivos plausíveis... Trago meus devaneios e em baforadas arrítmicas e agoniadas solto os medos, e, sobretudo as dúvidas. Vão se queimando as possibilidades dos sonhos na outra ponta... Não consigo tragar o inverso.
Deus olha lá do alto desolado talvez... Desculpe-me, não é falta de fé, é falta de forças. E sim, talvez eu seja mesmo complicada como no sonho e talvez eu sinta a necessidade de dormir para sempre exatamente como no sonho e talvez eu não seja mais a pessoa ideal, e talvez meu espírito tenha se esvaziado por ora na tentativa de enxergar por outro ângulo...
Acendo outro, para tragar o fim de papo. É tudo muito inocente, e deveras singelo, embora sombrio e impróprio, um paradoxo difícil de segurar no trago. Trato de aparar as cinzas que justificam apenas as bobagens. De resto, me sobra um quarto com e sem fumaça.
Por: Livia Queiroz
P.S.: Só fumo metáforas.
Ideia de Título sugerida por Karolzão: TRAGRANDO SAUDADES (Vou guardar esse título pra um outro poema Lol)
No nosso quarto, Amor meu, decoramos as paredes em tons chamativos de felicidade e o chão é varrido para o amor se deitar sem a pressa dos relógios.
Na nossa casa, meu grande amor, repetem-se singelos os dias de rotina sem rótulos. Acordam ligeiros antes de nós, os minutos ansiosos para testemunhar o nosso Simples.
Nessa cidade, doce amor, as canções feitas nos decoram as extremidades do corpo. Os poemas declamados selam isso tudo. E o Sol se pondo, grita sua inspiração em raios que a Lua, por não ter brilho próprio, apenas aprecia.
Eis o nosso espetáculo de camas, quartos, cômodos, incômodos e beijos.
Eis o nosso resumo de vida toda: noite e lençóis...
(Por: Livia Queiroz)