Hoje, isso que escrevo, é em tom elevado. Fazem-se necessários gritos para que só depois venha a calmaria, a minha calmaria.
E é assim que a gente segue: VIVENDO! E é assim que vamos descobrindo a diferença entre o cinza e o diamante através do pouco que também somos.
Há algum tempo atrás, pensei ter encontrado terra firme. Era areia movediça. Segui, quase que afundando, dias e dias e dias, até que, quando me vi quase que irremediavelmente perdida, surgiu o que alguns chamariam de “luz ao fim do túnel”.
O que acontece é tão simples. Vamos indo à toa e descuidados aí vem a vida e Puf aperta o botão e ejeta o que não deveria ser sonho nosso...
Olhei, por longos dias, pra o lado de fora de minha janela e as flores padeciam murchas, sem encanto qualquer, mas eis que surge o alvoroço. A razão contempla o ato, encerra o fato e ora, me liberto outra vez.
Sim! Sou livre, e não importa o que caia ao meu redor. E isso não é egoísmo, é sensatez. Eu não ceio com quem me cava precipícios. Não me rebelo contra os meus valores. Eis a minha intocável e sacrossanta liberdade!
Não há mais luz alguma em fim de túnel, o que há agora, é uma lacuna simples e útil ao futuro. Há também algumas sensações idiotas e um pouco de vergonha diante do que reflete em meus olhos. Vergonha por ter absorvido o que não era real e ter tornado realidade o que não seria justo comigo. (Se soar como egocentrismo, que seja! As regras são minhas...)
Sobre a minha mesa jazem algumas fotos rasgadas e uns objetos sem destino, tal qual o que outrora me foi dito ser sentimento. Estou em paz agora. E que me venham os recessos da alma, os feriados, festas e o melhor: o que julgo sem desatino, ser meu.
Por: Livia Queiroz