E quero que elas saltem de minha boca sem enfeites ou máscaras e cheguem até você.
Quero qua as palavras cortem o ar como navalhas desgovernadas.
Quero que se lembrem dos termos mais carnudos.
Quero que o amor vibre em cada corpo, fazendo estremecer músculo por músculo.
Quero um silêncio em noites de dor.
Quero um cansaço mais prazeroso e um prazer mais cansativo.
Quero sonhos indecalcáveis e lembranças suculentas em cada alvorecer.
Quero que me escutem quando eu quiser falar e quero poder parar de vez em quando e descansar em seu colo.
Quero mãos, olhares, boca, suor, pele, e todos cheios de inteções.
Quero te proteger como fariam todos os seus ancestrais.
Quero poder banalizar seus pesadelos.
E poder desvendar todos os mistérios que desfocam o teu sorriso, e acabar com cada centímetro que nos separa.
Quero traduzir nossos olhares e os desenhos que traçamos todas as manhãs na linha do futuro.
Quero sentir uma saudadezinha boba quando você desligar o telefone.
Quero ficar anciosa quando você demorar de chegar.
Quero arrancar suavemete aquele seu riso tímido, todas as vezes que falo "aquelas coisas".
Quero poder decifrar o novos e desconhecidos pedacinhos de sua alma e poder entender, aceitar e amar tudo isso.
Quero seus sinais em minha pele como tatuagens roubadas despretenciosamente.
Isso tudo é tão corriqueiro e sempre tão fascinante.
São truques que às vezes escapam.
Fluídos seus atraídos por mim.
Não há como e nem porque fugir.
(Por:. Livia Queiroz)