Olhava aquele lugar como se fosse o primeiro que vira em toda sua vida. E de fato o era. Embora tivesse crescido ali, mas acostumara-se a não reparar. Apenas vivia por lá e pronto!
E ponto.
Vestia-se de si mesmo todos os dias, mas naquele dia não teve escolha, aquela sala o obrigara a se despir. Não sabia se fora pelo novo desejo de partir, ou se fora pelo velho desejo de ficar. Pôs-se a catar os pedaços que não serviam e costurar meio despretenciosamente e sem a menor noção do que aconteceria... Apenas selecionava o que a alma jogaria no lixo e costurava um pedaço no outro que também não haveria de prestar. Demorou quase a vida inteira para conseguir...
Por fim construiu-se e destruiu-se ao ver um espelho cru, feio e em pedaços que ele mesmo emendou...
O formato turvo da costura, as cores mórbidas dos retalhos, o efeito sombrio que tudo aquilo o causara, inundou aquela sala de terror e o seu peito de desespero.
Catou também o desespero e emendou na costura. Não faria mais nada dali em diante.
Tornara-se inerte!
(Por: Livia Queiroz)
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Volta-e-meia-volta.
Segunda-feira dia de postagem nova...
Na verdade eu ia postar outro poema, mas esse aqui eu fiz ontem(16/11) à noite e decidi postá-lo hoje.
Na verdade eu ia postar outro poema, mas esse aqui eu fiz ontem(16/11) à noite e decidi postá-lo hoje.
Ela que era geralmente relapsa
Se encontrava perplexa
Com o rumo complexo
Qua a situação tomou...
Compadecidos e estimulados
Talvez embriagados por tanta informação.
Ela comia batata-frita
Ele bebia vinho tinto.
Ambos ao som e imagem incandescente
Do Mestre Chico.
Ele falava-lhe sobre suas causas nobres
Sonhava com uma nova revolução
E ela queria apenas ter uma filha
E o xingava em inglês.
Acompanharam então, com precisão eloquente
O minar das proparoxítonas da plena Construção*.
Ele queria uma coisa
Ela também queria.
Ele desejava mostrar-lhe os livros que costumava invadir
Ela desejava mostrar-lhe as músicas que costumavam invadi-la.
Um sabor exagerado, mas nem por isso desgostoso, de diferença fritava
ao compasso dos passos apressados da garçonete.
Compartilhavam de maneira sólida as palavras e defendiam suas idéias:
Mirabolantes, exorbitantes, por vezes sincopadas em vaticínios prolongados
Isso aí era amizade.
Ele meio tonto. Ela meio gorda.
Ele quase um homem. Ela quase mulher.
(ambos à caminho desse cruel fim de linha)
Ele meio assim. Ela mais assim ainda.
Aquilo, daquele jeito, era amizade.
Saíram juntos do tal lugar
Ela ainda perplexa. Ele ainda convicto.
E cantarolaram o que não deviam.
Enquanto riam de si mesmos.
Descobriram por fim que o que ambos queriam era mais do que aceitável:
Queriam apenas uma poesia ritmada.
E quem ousaria impedir-lhes?
Afinal eram um Saxofone e um Violão.
Singela homenagem à Gleison Coelho e um brinde à nossa amizade.
(Por: Livia Queiroz)
Se encontrava perplexa
Com o rumo complexo
Qua a situação tomou...
Compadecidos e estimulados
Talvez embriagados por tanta informação.
Ela comia batata-frita
Ele bebia vinho tinto.
Ambos ao som e imagem incandescente
Do Mestre Chico.
Ele falava-lhe sobre suas causas nobres
Sonhava com uma nova revolução
E ela queria apenas ter uma filha
E o xingava em inglês.
Acompanharam então, com precisão eloquente
O minar das proparoxítonas da plena Construção*.
Ele queria uma coisa
Ela também queria.
Ele desejava mostrar-lhe os livros que costumava invadir
Ela desejava mostrar-lhe as músicas que costumavam invadi-la.
Um sabor exagerado, mas nem por isso desgostoso, de diferença fritava
ao compasso dos passos apressados da garçonete.
Compartilhavam de maneira sólida as palavras e defendiam suas idéias:
Mirabolantes, exorbitantes, por vezes sincopadas em vaticínios prolongados
Isso aí era amizade.
Ele meio tonto. Ela meio gorda.
Ele quase um homem. Ela quase mulher.
(ambos à caminho desse cruel fim de linha)
Ele meio assim. Ela mais assim ainda.
Aquilo, daquele jeito, era amizade.
Saíram juntos do tal lugar
Ela ainda perplexa. Ele ainda convicto.
E cantarolaram o que não deviam.
Enquanto riam de si mesmos.
Descobriram por fim que o que ambos queriam era mais do que aceitável:
Queriam apenas uma poesia ritmada.
E quem ousaria impedir-lhes?
Afinal eram um Saxofone e um Violão.
Singela homenagem à Gleison Coelho e um brinde à nossa amizade.
(Por: Livia Queiroz)
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Andar de cima...
Dia meio perdido, depois de uma noite quase só, não fosse pela companhia dos fones de ouvido.
Madrugada mal dormida e coisas mal planejadas.
É esse meu medo: que isso se torne um hábito...um vício.
Penso constantemente no que tenho que esquecer, faço listas e não lembro onde as coloco, conheço pessoas e seus nomes me passam despercebidos.
"Isso aí é pura falta de atenção", ela me diz em tom de brincadeira enquanto organiza a própria vida... E deve ser mesmo.
Falta coragem pra me concentrar, e as palavras acabam fugindo de medo...pavor...
Eu queria ter dito algumas coisas antes, mas aí ficava esperando o momento certo e o momento nunca veio. Defeito terrível da espera...
Maldita hora bendita!!!
Madrugada mal dormida e coisas mal planejadas.
É esse meu medo: que isso se torne um hábito...um vício.
Penso constantemente no que tenho que esquecer, faço listas e não lembro onde as coloco, conheço pessoas e seus nomes me passam despercebidos.
"Isso aí é pura falta de atenção", ela me diz em tom de brincadeira enquanto organiza a própria vida... E deve ser mesmo.
Falta coragem pra me concentrar, e as palavras acabam fugindo de medo...pavor...
Eu queria ter dito algumas coisas antes, mas aí ficava esperando o momento certo e o momento nunca veio. Defeito terrível da espera...
Maldita hora bendita!!!
Saudade de você.
Parece que foi ontem...
Ah, e foi mesmo.
Que cabeça a minha!
Desculpa é que perco a noção do tempo...
O tempo...
O tempo tá passando e recolorindo as minhas mais novas "vontades":
Vontade de ver
Vontade de ficar só
Vontade de não fazer nada
Vontade de fazer um monte de coisa
Vontade de querer o novo...
As coisas novas sempre estão prontas pra assutar.
Acordei assustada, mas com aquela certeza novamente:
Deu Positivo!
Estou grávida...
Grávida de Liberdade!!!"
(Por: Livia Queiroz)
Parece que foi ontem...
Ah, e foi mesmo.
Que cabeça a minha!
Desculpa é que perco a noção do tempo...
O tempo...
O tempo tá passando e recolorindo as minhas mais novas "vontades":
Vontade de ver
Vontade de ficar só
Vontade de não fazer nada
Vontade de fazer um monte de coisa
Vontade de querer o novo...
As coisas novas sempre estão prontas pra assutar.
Acordei assustada, mas com aquela certeza novamente:
Deu Positivo!
Estou grávida...
Grávida de Liberdade!!!"
(Por: Livia Queiroz)
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Esconda-me...
Esconde-me da solidão,
Faze-me ser como antes: de coração um pouco mais duro,
e face mais encrespada
Ajuda-me a ser de novo como o vento
que em suas passadas nunca ficam no mesmo lugar
Desfaz-me esse destino
ou desatino[?] : prisioneira livre de novo num mundo tão povoado...
Esconda-me da solidão
Faça-me renascer num colo qualquer
Inventar umas boas maneiras de novo
Qualquer coisa concreta
e como dantes: de poucas palavras!
Faze-me voltar ao lugar no topo
Ajuda-me com um caminho novo
Porque o que há de oco e vago
Me Consome à procura de um pouco mais
E não há nada pra preencher.
Só há mesmo o que esconder.
(Por: Livia Queiroz)
Faze-me ser como antes: de coração um pouco mais duro,
e face mais encrespada
Ajuda-me a ser de novo como o vento
que em suas passadas nunca ficam no mesmo lugar
Desfaz-me esse destino
ou desatino[?] : prisioneira livre de novo num mundo tão povoado...
Esconda-me da solidão
Inventar umas boas maneiras de novo
Qualquer coisa concreta
e como dantes: de poucas palavras!
Faze-me voltar ao lugar no topo
Ajuda-me com um caminho novo
Porque o que há de oco e vago
Me Consome à procura de um pouco mais
E não há nada pra preencher.
Só há mesmo o que esconder.
(Por: Livia Queiroz)
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